SindMédico Entrevista: Luciana Watanabe

Doutora em laringologia pela Universidade de São Paulo (USP) e com passagem pelo Tokyo Voice Center, no Japão, a presidente da Associação de Otorrinolaringologia, Luciana Watanabe, fala sobre a especialidade no DF.


Por que escolheu ser otorrinolaringologista?

Eu decidi pela otorrinolaringologia quase no final da faculdade. Confesso que entrei pensando em fazer pediatria e depois geriatria. Mas no decorrer da faculdade eu percebi que queria fazer uma especialidade que tivesse tanto a parte clínica, quanto a parte cirúrgica. E a otorrinolaringologia é uma especialidade que consegue contemplar essas duas áreas.  Eu não me arrependi e fiquei muito satisfeita com essa escolha!

Fale um pouco sobre a sua trajetória.

Me formei  em  medicina pela Universidade de São Paulo (USP). Fiz residência médica em otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, também da USP.  Depois fiz um estágio na área de laringologia e voz no Tokyo Voice Center, no Japão. Voltei ao Brasil e fiz o meu doutorado na área de laringologia na USP. Em 2008, me mudei para Brasília e trabalhei em vários hospitais, como no Hospital das Forças Armadas, no Hospital de Base e atualmente eu estou no Hospital Universitário de Brasília.

Quais são as dificuldades que a otorrinolaringologia enfrenta?

Nós temos uma fila muita grande de pessoas que precisam de vários procedimentos, mas são doenças que não têm um risco imediato na vida. E, às vezes, não são considerados uma prioridade para vários órgãos públicos. Muitas pessoas ficam nessas filas por muito tempo. Então, os médicos gostariam de atuar, mas muitas vezes não têm as condições ideais para fazer o seu trabalho. Existe mais uma questão que é referente à formação dos residentes na otorrinolaringologia.  Como é uma especialidade cirúrgica, os residentes dependem  de que tenha um número suficiente de cirurgias para poder fazer esse treinamento e a gente nota que está cada vez mais reduzido.

Qual é o papel da Associação de Otorrinolaringologia do Distrito Federal?

Esse ano eu estou como presidente da Associação de Otorrinolaringologia do Distrito Federal, que é uma associação sem fins lucrativos e tem o intuito de realizar reuniões científicas e fazer a integração entre os otorrinolaringologistas. Nós também fazemos algumas campanhas com o objetivo de esclarecer a população sobre alguns assuntos, alertar sobre algumas doenças que podem ser prevenidas se forem precocemente detectadas. Uma delas é a campanha da voz, que é sempre no período de 16 de abril, que é o Dia Mundial da Voz.  Também temos campanhas na área respiratória para mostrar como é importante respirar pelo nariz. Existe também uma campanha de prevenção e tratamento da tontura, da prevenção e diagnóstico da surdez e vários outros temas que vão surgindo ao longo do tempo.