Enquanto o reconhecimento da população ao trabalho dos médicos aumentou durante a pandemia do novo coronavírus, o de governos, aparentemente, não. A avaliação é do presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho. Ela foi feita em artigo semanal escrito para o jornal Brasília Capital. “Em discursos públicos, governantes usam termos como ‘heróis’ e ‘guerreiros’ para se referir a esses trabalhadores, mas deixam seus paladinos sem equipamentos de proteção em quantidade e qualidade adequadas, sem testagem de contaminação pelo vírus e sem compensação financeira pelo aumento do risco no exercício de suas atividades”, afirmou.
No texto, o presidente do SindMédico lembra que no Distrito Federal não está sendo feito o pagamento a esses profissionais do adicional de insalubridade no grau máximo, previsto na Lei nº 6.589, de 4 de junho. A testagem quinzenal prevista na Lei nº 6.554, de 23 de abril, salientou Gutemberg Fialho, não está sendo cumprida, “assim como o fornecimento de equipamentos de proteção individual nunca deixou de ser motivo de preocupação em muitas das unidades públicas de saúde”.
Acidente de trabalho por coronavírus
O representante da categoria médica no DF destacou que o descaso chegou a tal ponto que institutos e organizações sociais, que administram unidades públicas de saúde e contratam profissionais pela CLT, deixaram de fazer a comunicação de acidente de trabalho quando um desses profissionais é contaminado pelo novo coronavírus em decorrência de sua atividade laboral.