O segundo ano da pandemia foi marcado por denúncias de precariedade no serviço público de saúde no Distrito Federal. As principais denúncias foram levadas às autoridades e à imprensa pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Dr. Gutemberg Fialho, que cobrou providências para garantir atendimento de qualidade à população e segurança no desenvolvimento do trabalho dos profissionais.
Entre os problemas denunciados pelo Dr. Gutemberg, foram os surtos de contaminação de profissionais de saúde por covid-19 nos próprios ambientes de trabalho. Uma dessas situações provocou a suspensão de atendimentos aos pacientes na UBS 7 do Gama. Já ocorreram surtos também no Hospital de Apoio de Brasília e no Hospital Regional de Taguatinga.
Dr. Gutemberg também denunciou as precárias condições de trabalho para médicos e demais profissionais de saúde na UBS 10 de Ceilândia, que sofreu infestação de piolhos de pombos. A situação foi objeto de reportagem do Portal Metrópoles, com denúncias feitas pelo presidente e também reivindicação de melhorias.
Quanto ao Hospital Regional de Ceilândia, Dr. Gutemberg denunciou a falta de médicos pediatras, ortopedistas, clínicos gerais, cirurgiões e obstetras. Além da falta de insumos básicos para a realização de atendimentos clínicos gerais e prioritários, os profissionais do HRC enfrentam inúmeros problemas e a situação se agrava com o aumento do número de mortes dos pacientes.
O presidente do SindMédico-DF chegou a pedir a interdição ética na clínica médica da emergência do Hospital Regional do Gama, em agosto de 2021. Voltou três meses depois para verificar a situação. Com número exíguo de médicos, continua não havendo condições de trabalho e assistência digna à população.
De 13 médicos com contratos temporários, 10 já pediram demissão ou nem chegaram a assumir. Diante do descaso da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), dois estatutários também se demitiram. “Continuamos denunciando, para que sejam adotadas medidas efetivas para que médicos e equipes profissionais de saúde possam desempenhar seu trabalho de forma digna para oferecer a assistência de que a população precisa”, disse, ao alertar que a situação atual do hospital favorece a ocorrência de óbitos evitáveis.
Em outra ação do sindicato itinerante, o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg Fialho, esteve na emergência do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), acompanhado do vice-presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF, Fabrício Reis, para uma vistoria decorrente de denúncias que chegaram ao sindicato.
“Problemas como falta de medicamentos e insumos foram agudos nos últimos meses e a insuficiência de pessoal e a grande rotatividade de profissionais de saúde ainda preocupam. Com a desocupação das áreas de atendimento à covid-19, a unidade está em período de transição, menos sobrecarregada, mas ainda com diversos problemas”, ressaltou.