Em visita na última segunda-feira (16), presidente do SindMédico-DF ouviu servidores da unidade que denunciaram superlotação e déficit de médicos.
Assim como toda a rede do SUS-DF, o Hospital Regional do Gama (HRG) é mais um na lista de abandono do Governo do Distrito Federal (GDF). Com bandeira vermelha decretada há mais de uma semana, a unidade sofre, hoje, com o sucateamento: há superlotação de pacientes e déficit de médicos. A situação foi constatada pelo presidente do Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), Dr. Gutemberg, em visita ao hospital na última segunda-feira (16).
Um dos exemplos da situação de sucateamento do HRG é a pediatria: o hospital, que deveria receber apenas crianças em estado gravíssimo, sequer tem condições de prestar esse atendimento. A situação, contaram os profissionais, aumenta a pressão diária, já que toda a rede sofre com o déficit de pediatras. “Às vezes, é desesperador”, confessou uma médica.
Na traumatologia, segundo os médicos, “ainda é possível fazer cirurgias de urgência”. Contudo, as eletivas estão cada dia mais escassas: faltam tanto materiais quanto anestesistas suficientes para atender toda a demanda.
É comum ainda, como em toda a rede do SUS-DF, problemas nas escalas dos servidores. Além disso, a estrutura do hospital está bem distante do ideal: macas, cadeiras, andadores: tudo está caindo aos pedaços. Na emergência, em um dos corredores, as “cortinas” dos boxes são feitas de EVA.
Na ginecologia, contaram os servidores, “normalmente, há apenas um médico para tocar tudo”.
“O HRG não está diferente do que temos visto em todas as unidades de Saúde do DF: como o governo parece, de fato, ter abandonado a rede pública, visando a privatização dos serviços, o hospital, hoje, atende a população como é possível, com poucos profissionais e até falta de remédios e equipamentos. Infelizmente, enquanto não houver investimentos na área, a situação não vai mudar”, avalia o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg.