Cardiopatas, de fato, correm risco maior de mortalidade caso contraiam o novo coronavírus? Nesta terça-feira (9/6), o médico cardiologista Osório Luis Rangel de Almeida estará na TV SindMédico, às 19h45, para responder essa e outras perguntas.
Osório Luis Rangel de Almeida é mestre em Cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor em Medicina pela Universidade de Brasília, acadêmico da Academia de Medicina de Brasília e especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira. Hoje, atua na Unidade de Cardiologia do Hospital de Base e é ainda docente da Escola Superior de Ciências da Saúde da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.
Antes da próxima TV SindMédico, o cardiologista adiantou alguns aspectos importantes do tema ao sindicato. Osório Luis Rangel de Almeida adiantou que, para pessoas com problemas no coração, o cuidado, no que diz respeito ao coronavírus, deve ser redobrado.
Risco do coronavírus para cardiopatas é maior
Qual o impacto do coronavírus para que tem doença cardiovascular?
A infecção causa pelo SarsCov2, nome definido pela Organização Mundial de Saúde para identificar o agente etiológico causador da doença COVID-19, constitui em uma infecção viral de alta agressividade e alta taxa de mortalidade decorrente dos aspectos próprios e peculiares desta doença. Esta doença, pelas suas particularidades, agride o sistema cardiocirculatório em geral e, por conseguinte, o coração de forma direta, agindo nos vasos arteriais e na musculatura cardíaca e indiretamente, agredindo órgãos que funcionalmente provocarão sobrecarga no coração notadamente o pulmão. Outra consequência grave e que também provoca alterações gerais no organismo mais especificamente nos pulmões e coração vem em decorrência de lesões celulares com liberação de substâncias tóxicas na circulação e que, forçosamente, provocarão alterações no funcionamento do coração. Podemos afirmar, sim, que o coração e os vasos sanguíneos arteriais constituem órgãos de choque na infecção causada por este agente etiológico da COVID-19.
Para essas pessoas os cuidados são redobrados?
Com certeza os pacientes portadores de doenças ligadas ao aparelho cardiocirculatório constituem um grupo de pacientes de alto risco de agravamento de sua doença. Como disse acima o coração, em associação ao sistema circulatório já comprometido, facilmente terá suas condições de desempenho e trabalho agravadas em função das características da agressividade do vírus SarsCov2. Neste grupo de pacientes tudo deverá ser feito no sentido da prevenção de contágio e contaminação. Todas as medidas deverão cuidadosamente executadas e ajustadas. Cito o distanciamento social, uso de máscaras adequadas, medidas de higiene de contato com uso de álcool gel, lavagem correta das mãos entre outros. Um pequeno descuido, mesmo após semanas de cuidados radicais poderá ser fatal e levar tudo a perder.
A idade, no caso da cardiopatia versus o coronavírus é determinante para o agravamento da doença?
O comprometimento cardiológico constitui fator determinante para o aumento do risco do agravamento da doença. As alterações crônico-degenerativas próprias do avanço da idade e que colocam o organismo como um todo com maior dificuldade em responder satisfatoriamente às diversas condições de agressão criam, também, situação de maior vulnerabilidade frente à agressividade do vírus SarsCov2. A senilidade com todas as suas características e consequências também é responsável por uma maior dificuldade na recuperação de uma agressão infecciosa. A recuperação do idoso, para qualquer agressão é sempre mais demorada e mais difícil, motivo pelo qual estes indivíduos, acima de sessenta anos, constituem grupo de alto risco e como tal devem ser considerados no manuseio, na gestão e no acompanhamento desta pandemia.
Não perca a TV SindMédico. Amanhã, terça-feira (9), às 19h45.