Como amenizar as consequências da pandemia causada pelo novo coronavírus na vida dos profissionais de Saúde? O que eles podem fazer para tentar manter a saúde mental em dia neste momento? Essas e outras perguntas serão respondidas pelo médico psiquiatra, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL), Antônio Geraldo da Silva, na TV SindMédico da próxima terça-feira (19).
Se você é profissional de Saúde, parente de algum ou amigo, assista! Uma das dicas do entrevistado para manter a saúde mental é: parar de acompanhar o placar do coronavírus. Ou seja, qual o número atual de infectados, quantos a mais por dia e etc.
Segundo Antônio Geraldo, em especial os médicos, devem também procurar ter uma rede social para desabafar: falar de medos, dores e esperanças. Auxílio psicológico, neste momento, é fundamental, alerta o psiquiatra.
Não deixe de assistir à próxima TV SindMédico e não esqueça: saúde mental em tempos de coronavírus é um dos aspectos mais importantes no enfrentamento à pandemia. Não perca a próxima TV SindMédico!
Dia: 19/05 (Terça-feira)
Hora: 19h45
Canais: Facebook/sindmedico ou Youtube/sindmedico
Saúde mental em tempos de coronavírus
No que diz respeito à saúde mental dos profissionais de Saúde, o que o Sr. considera primordial para amenizar os efeitos da pandemia neste momento?
Pacientes que estão neste sofrimento agora, que estão adoecidos se tornam mais difíceis no manejo clínico. E isso aumenta o estresse também de quem cuida. Não é fácil ficar cuidando de pessoas que estão extremamente estressadas. É difícil! Cuidar do seu paciente e se antecipar a fatores que podem dificultar o manejo clínico também é uma forma de cuidar de você mesmo. E aí, empatia e humanização não são apenas questões sentimentais. Elas facilitam a sua prática profissional. Você vai ter um ambiente melhor para trabalhar.
Outro ponto importante é se desligar do placar eletrônico da pandemia. É insuportável! Você não pode ficar 24 horas ligado naquela loucura. Calma! Não precisamos disso. Alguns sites transmitem informações de forma pouco clara, com dados difíceis de serem interpretados. Que podem ser superestimados até mesmo por nós. O acesso a determinadas notícias aumenta o estresse. Somos humanos, temos um limite de sustentação.
Para o médico, que é, de certa forma, o profissional mais cobrado pelos pacientes, qual a principal recomendação para lidar com essa pressão diária?
Apostar no suporte social: ele fornece esse suporte e precisa ter o seu próprio suporte. Um dos primeiros artigos publicados recentemente sobre profissionais chineses que estiveram na linha de frente trata disso. Esse estudo verificou que aqueles médicos com bom suporte social tinham melhor qualidade de sono e menos estresse. Então, médico, conte com sua rede de amigos, familiares e colegas. Desabafe! Seja suporte, mas tenha suporte também.
É importe ainda salientar que sintomas de ansiedade e depressão, dentre outros, podem precisar de ajuda especializada. O médico não precisar hesitar em procurar ajuda com profissionais de saúde mental. Precisamos romper com o preconceito. E lembre-se: esteja aberto a notícias e histórias positivas de esperança. A pandemia vai ter fim.
Os médicos devem também manter cuidados básicos com o sono, com a alimentação e dar especial atenção para atividades diárias, nem que sejam 20 minutos. O investimento nesses aspectos será determinante para atravessar este período. Não são opções. São prioridades.
Temos visto muitas pessoas compartilhando as chamadas Fake News nos grupos de WhatsApp e em outras redes sociais. Isso atrapalha o processo de tentar manter a saúde mental em dia em tempos de coronavírus?
Atrapalha, claro. É fundamental eleger previamente um grupo confiável de mídias. E obter informações somente nessas fontes. Em momentos específicos do dia, claro. Não pode ser 24 horas por dia. É bom abrir o celular e ver exatamente quais grupos são necessários e quais propagam notícias sem critério sobre a crise. Lembre-se: você, que é médico, será tratado também como fonte preciosa de informações.