Ignorando o fato de que, sem poder de consumo, a economia não gira, a equipe do Governo Federal, mais uma vez, citou o congelamento salarial dos servidores públicos como uma das saídas para superar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, o corte de salário do funcionalismo público é uma “questão moral” durante este período.
Análise do presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho: “Acho que há uma inversão na lógica da equipe econômica do Governo Federal. É amplamente sabido que, em um momento de crise, é necessário manter o padrão aquisitivo da população para que a economia se aqueça. Se diminuir ou cortar salários dos servidores, agrava ainda mais o cenário. Mantendo salários (e até recompondo perdas salariais), a economia de compra continua funcionando e, inclusive, a arrecadação de impostos, que é necessária”.
Pedido de demissão de secretário do Ministério da Saúde acende alerta
Considerado um dos principais auxiliares do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, acendeu alerta sobre a continuidade do trabalho da pasta ao pedir demissão na manhã desta quarta-feira (15).
Horas depois, o próprio ministro Mandetta afirmou que não aceitou o pedido. E completou: “Wanderson continua até o momento de sairmos juntos do Ministério”. O pedido do secretário levantou também a possibilidade de o ministro também deixar o cargo. O motivo seria a discordância entre ele e o presidente da República, Jair Bolsonaro, no que diz respeito às medidas de combate ao novo coronavírus.
Análise do presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho: “A preocupação do Sindicato dos Médicos com relação à possível transição é unicamente no que tange a linha a ser norteada. Se vai ser norteada por princípios científicos e acadêmicos ou se a orientação vai ser política. Estamos enfrentando uma pandemia, com uma crise no setor de Saúde, e é preciso que o bom senso, a experiência e a ciência estejam à frente e não interesses políticos”.