Infectologista alerta que o teste rápido, realizado em farmácias e na testagem em massa para Covid-19, é ineficaz para o diagnóstico do coronavírus. Em virtude da falta de validação da qualidade e precisão dos testes, os resultados apresentados podem ser falsos positivos e negativos.
No início do mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a comercialização de testes rápidos em farmácias. A ação gerou preocupação por parte dos médicos e entidades de classe.
“O único método seguro para diagnóstico da Covid-19 é o PCR. Devido à falta de controles rigorosos e a variáveis como falta de preparo técnico para aplicação e realização em períodos equivocados da manifestação da doença, os testes rápidos são inconclusivos e devem ser usados apenas para elaboração de inquérito epidemiológico, mapeamento da distribuição da doença e construção de políticas públicas no combate ao corona”, declara o médico infectologista Julival Ribeiro.
Para o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, a Anvisa não considerou a potencial contaminação de pessoas saudáveis nas farmácias e não avaliou os perigos da interpretação equivocada dos testes negativos.
“Os falsos resultados podem induzir a pessoa a um entendimento errado de que já possui anticorpos e fazer com que ela relaxe nas medidas de higiene e distanciamento social. Outro ponto, ainda mais grave, são os falsos negativos, que vão permitir que pessoas infectadas continuem espalhando o vírus. Além disso, com a realização dos exames em farmácias, os casos podem não ser notificados ao governo, dificultando o combate à doença”, afirma o presidente.
Leia a matéria sobre os tipos de testes mais usados para detecção do Coronavírus.
Confira os testes aprovados pela Anvisa diretamente no site da Agência