Em vistoria ao Hospital Regional de Taguatinga o SindMédico constatou que a Secretaria de Saúde não está enviando a quantidade necessária de testes para o coronavírus, há demora na emissão dos resultados realizados e falta de equipamentos e insumos para médicos e pacientes
Na manhã desta terça-feira (26), o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, esteve no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) para averiguar o atendimento à população e as condições de trabalho dos médicos da unidade.
Durante a fiscalização, o presidente do SindMédico constatou a quantidade insuficiente de testes para a covid-19, a demora para emissão dos resultados dos exames realizados e a falta de equipamento adequados de proteção individual. Segundo Gutemberg, a Secretaria de Saúde encaminha ao hospital máscaras de origens diversas, inclusive feitas de forma artesanal, sem as segurança adequada para uso.
“Os médicos disseram que estão recebendo apenas uma máscara N95 por mês, quando, na verdade, a máscara possui vida útil de 24 horas. Além disso, a testagem não tem a frequência de 15 dias prevista na lei distrital 6.554/20. Servidores relataram dificuldade para substituição de equipamentos de proteção individual ao longo do dia”, afirma Gutemberg.
Além do problema com testes e máscaras inadequadas, Gutemberg conversou com profissionais da Saúde e pacientes, que reclamaram da falta de materiais como álcool em gel, sabão e papel toalha no pronto socorro e nas enfermarias.
O HRT atende pacientes em várias especialidades médicas e com quadros clínicos diversos. Um grupo que está internado na enfermaria do quarto andar relatou que uma paciente com suspeita de covid-19 dividiu espaço com outras quatro até receber o resultado positivo do exame, tempo suficiente para ocorrer contaminação.
“É uma situação grave. Essa paciente contaminada teve contato com pacientes, acompanhantes, médicos e outros profissionais de saúde. As pessoas internadas que tiveram contato com ela não foram submetidas a testes nem sabem se terão condições de serem testadas antes de receber alta. O governo precisa ser mais transparente com os gastos e distribuição dos materiais. O controle da contaminação é fundamental para evitarmos que mais pessoas adoeçam e venham a óbito ”, declara Gutemberg.
O diretor do HRT, o médico Wendel Moreira, relatou que há problemas, mas que o hospital administra da melhor forma possível os recursos fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF). Moreira também afirmou ter dificuldade para conseguir o encaminhamento de pacientes contaminados para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte.
Os problemas identificados na vistoria ao HRT foram encaminhados pelo SindMédico-DF aos órgãos de controle para que sejam tomadas providências.