Sem transparência, dados do GDF confundem

Falta de transparência no GDF

Falta transparência nos dados divulgados sobre coronavírus no Distrito Federal? Na avaliação do presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, sim. Isso porque, desde o início da pandemia, a instituição vem buscando informações mais detalhadas sobre a doença na capital do País: sem sucesso. Um exemplo é o detalhamento de gastos do GDF. “As informações a que temos acesso são inconsistentes”, disse, em entrevista à TV SindMédico na terça-feira (7), o médico ginecologista, que preside também a Federação Nacional dos Médicos (Fenam).  

Transparência na gestão: ações têm de ser explicadas

No início deste mês, em apenas 48 horas, o Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC-DF) apresentou três representações questionando medidas adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) diante da pandemia do novo coronavírus: a primeira pede explicações sobre o decreto do estado de calamidade. Nele, a procuradora Claudia Fernanda de Oliveira solicita, no prazo de 48 horas, toda a documentação enviada ao Governo Federal que explique o estado de exceção.

“De fato, a calamidade pública é decretada quando a capacidade de agir do poder público local está seriamente comprometida, pressupondo situação jurídica especial, com o intuito de facilitar e agilizar a gestão administrativa e permitir ações céleres de assistência à população afetada e o reestabelecimento da normalidade”, afirmou a procuradora na representação enviada ao GDF.

Claudia Fernanda pediu explicações também sobre o contrato para realização de testes para a diagnóstico da Covid-19 e da parceria estabelecida entre o Banco de Brasília (BRB) e o Flamengo – esta última sob alegação de que, segundo denúncias, houve violação aos princípios da impessoalidade, isonomia e interesse público.

Transparência sobre leitos e outras informações

Nesta quinta-feira (9), a Justiça negou o pedido do GDF para suspender a liminar que determinou transparência em relação aos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento do novo coronavírus no SUS. Na avaliação da Corte, é necessário que as informações sejam disponibilizadas de forma mais clara na Sala de Situação, ferramenta utilizada pela Secretaria de Saúde (SES-DF).

E ainda sobre clareza dos dados divulgados pela SES-DF, Gutemberg Fialho concluiu: “Todos os documentos que encaminhamos pedindo informações nos responderam de tal forma que nem Jesus Cristo consegue entender. É referência a isso, àquilo. Recebi resposta que faz só remissão a tal trabalho, a tal processo. Os dados não são claros. Existe uma nítida intenção de confundir.” 

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