Mesmo com mais de 3,5 mil mortes pela Covid-19 e 207.067 diagnósticos do novo coronavírus no Distrito Federal, neste mês, o governo local anunciou que desativará 71 leitos exclusivos para pacientes infectados pelo vírus. Além disso, o Hospital de Campanha Mané Garrincha, com 173 leitos de enfermaria, 20 de suporte avançado e quatro de emergência, também encerrou suas atividades nesta quarta-feira (20).
Hoje, o DF conta com 580 leitos para tratamento de pacientes com o novo coronavírus. No pico da pandemia, segundo a Secretaria de Saúde, a capital do país contou com 769 leitos exclusivos. A justificativa, tanto para a redução de leitos de UTI quanto para a desativação do Hospital de Campanha, é, nas palavras do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, “estabelecer critérios de atendimento de pacientes que não têm Covid, que são a grande maioria, neste momento, no país e no mundo”.
Na contramão da estratégia da SES-DF, contudo, apenas nesta quarta-feira, o DF registrou 12 mortes pelo novo coronavírus e 802 novos casos em 24 horas. “Desde o início da pandemia aqui no DF, temos dito que é preciso organização para a distribuição correta de pacientes na rede para não haver desassistência. No entanto, a gente sabe que faltaram, sim, leitos de UTI para outras comorbidades além da Covid-19. Agora, nosso receio é de que faltem leitos para o novo coronavírus, a exemplo do que tem ocorrido no resto do mundo, caso enfrentemos uma segunda onda”, afirma o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.
Desativação de leitos: estamos preparados para o futuro?
A SES-DF prefere apostar em um cenário que “pode” ser diferente de outros países. Em entrevista a um jornal local, o responsável pela Pasta, Osnei Okumoto, afirmou que o DF vive uma realidade diferente do que aconteceu na Europa —que enfrenta a segunda onda da Covid-19. “Lá eles tiveram picos elevados e logo em seguida a queda. Aqui nós tivemos um pico e depois um platô que ficou durante um mês com a transmissão. Então pode ser que o comportamento nosso seja diferente do que está acontecendo na Europa”, explicou.
O secretário afirmou ainda que a gestão trabalha a frente, mesmo com aglomerações em bares, clubes e outros locais liberados pelo GDF, buscando a conscientização da população.