Sem negociação salarial e melhorias nas condições de trabalho, os médicos do serviço público de saúde do Distrito Federal podem entrar em greve. Esses assuntos são discutidos na Assembleia Geral Extraordinária que o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) vai realizar no dia 14 de agosto, quarta-feira, a partir das 19h. O encontro dos médicos será realizado no auditório do Sindicato e o edital de convocação segue abaixo.
Sem resposta do governo aos sucessivos alertas e tentativas de estabelecimento de negociações, e com a crescente defasagem salarial, a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES) não consegue contratar médicos aprovados em concurso e perde profissionais em ritmo acelerado. Nos últimos anos, houve diminuição do número de profissionais em 21 especialidades no quadro de médicos da SES.
Em abril de 2014, a SES-DF contava com 5.546 médicos. Hoje, são apenas 4.197 nas unidades de saúde sob administração direta da SES-DF. Parte do motivo da evasão é reflexo do desinvestimento do GDF no serviço público. Entre 2018 e 2023, a folha de pagamento da SES-DF teve uma redução de 16 pontos percentuais. A participação dos salários dos médicos na composição da folha, que era de 31%, caiu para 25%, o que reflete a defasagem salarial bem como a evasão de profissionais.
As condições orçamentárias permitem ao Governo do Distrito Federal fazer a revisão do plano de carreira, cargos e salários da carreira médica. Em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, atualmente o GDF investe 26,96% do orçamento na folha de pagamento, bem abaixo do limite prudencial, o que evidencia haver margem para negociação, com vistas à necessária melhoria da assistência à saúde da população pela rede pública do DF.
“O movimento paredista é a última opção, mas todos os meios possíveis para o estabelecimento de negociações foram ignorados pelo GDF”, afirma o presidente do Sindicato, Dr. Gutemberg Fialho.