Equipamentos de segurança e testagem para Covid19

Têm chegado ao Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, queixas de limitação e adoção de critérios falhos na distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs) nas unidades públicas de saúde do DF, que não estariam levando em conta o contato com portadores assintomáticos do Sars-CoV-2 em atendimentos não referentes à suspeita de Covid-19. Essa preocupação se alia à baixa testagem desses profissionais para a doença. As duas situações ganham mais relevância neste momento em que se fala de retomada das aulas nas escolas e de reabertura do comércio, o que, tudo indica, implicará no aumento do número de infecções e, em consequência, de demanda por atendimento médico-hospitalar.

Além da preocupação com a saúde do trabalhador, o SindMédico-DF, considera o risco de que a escalada da contaminação de médicos e demais profissionais de saúde venha a ser mais um fator contribuindo para o colapso da capacidade de atendimento do Sistema Único do Distrito Federal, dada a necessidade de afastamento por prazo prolongado dos profissionais que venham a ser contaminados pelo vírus.

O boletim epidemiológico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (DIVEP/SVS), de 20 de abril, indicava que 90 de 621 infectados pelo vírus (14%) referiram ser profissionais da saúde.

Causa estranheza e desconforto a falta de transparência nas informações sobre estoques desses equipamentos, em especial a partir do momento em que o Governo do Distrito Federal anuncia considerar a flexibilização das medidas de isolamento social adotadas a partir da edição do Decreto no 40.520, em 14 de março.

Não há demonstrativos de estoques de EPIs disponíveis na Sala de Situação (Salsit) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-DF). Em tese, as informações da Salsit deveriam se prestar a dar transparência às informações e servir de subsídio para gestores da saúde no DF. No aspecto das EPIs, a página se limita aos registros “com estoque” ou “sem estoque”, sem indicação de quantitativos nem fluxo de entrada e saída.

O SindMédico-DF entende que as medidas temporárias de contenção social se prestam a dar aos gestores tempo para a estruturação dos serviços de atenção à saúde da população no combate à presente pandemia.

O sindicato também entende que se faz necessário dar maior clareza e transparência à execução das ações de adequações de instalações físicas, aquisição de respiradores, controle de estoques de equipamentos de proteção individual e da evolução da contaminação dos profissionais de saúde atuantes na rede pública de saúde do Distrito Federal.

Entendemos que a devida análise desse conjunto de dados é que deve definir a velocidade e as fases para retomada da normalidade na dinâmica de funcionamento do Distrito Federal, sem que isso implique no colapso do SUS, com aumento de óbitos que podem ser evitados se forem tomados os cuidados pertinentes.