Brasília, 6 de setembro – A greve dos médicos do SUS-DF continua. Sem contraproposta do Governo do Distrito Federal às reivindicações apresentadas pela categoria, reunidos em assembleia na sede do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), na noite desta sexta-feira (6), os médicos decidiram, por unanimidade, pela continuidade do movimento reivindicatório.
No quarto dia de greve, os médicos receberam informação, por meio do senador Izalci Lucas (PL/DF), de que a Secretaria de Economia do DF afirmou não ter tido tempo para elaboração de uma contraproposta à reivindicação de recomposição salarial da categoria. Também não houve manifestação da Secretaria de Estado de Saúde, de onde partiu a previsão de apresentação de contraproposta até o fim da semana.
As reivindicações dos médicos
As reivindicações principais dos médicos são melhoria nas condições de trabalho, mais segurança nas unidades de saúde, contratação de mais profissionais para regularizar a prestação de serviços de saúde à população e recomposição salarial.
O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, reafirma a disposição para o diálogo. “Desde 2019 insistimos em dialogar sobre os problemas enfrentados pelos médicos na rede pública de saúde e que prejudicam a assistência à saúde da população. A greve foi o último recurso para que nossas reivindicações sejam atendidas. Não se trata apenas de recomposição salarial, mas de reverter o quadro de desassistência à saúde da população que se instalou no DF”, declara o presidente do Sindicato.
Na segunda-feira (9), os médicos realizarão manifestação em frente à Câmara Legislativa, a partir das 13h, com participação ainda maior do que nos primeiros dias de greve. “A adesão na atenção primária é imensa e cresceu na atenção secundária, com a suspensão de atendimentos eletivos. Os serviços de emergência continuam mantidos”, afirma o presidente do SindMédico-DF.
O quarto dia de greve dos médicos do DF
No quarto dia da greve dos médicos do Distrito Federal, houve concentração em frente ao Hospital Regional de Taguatinga e manifestações de apoio de outras instituições. Durante os informes foram lidos os manifestos de apoio do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), da Associação Médica de Brasília (AMBr), Coletivo Médicos em Movimento, da corrente sindical Unidade Classista e do Centro Acadêmico de Medicina da Universidade de Brasília. As entidades se pronunciaram a favor da greve dos médicos do serviço público do DF e denunciaram a precarização das relações de trabalho e o desmonte do SUS no Distrito Federal.