Como é, hoje, o atendimento aos pacientes com coronavírus no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e como está a questão do protocolo médico para tratamento a essas pessoas? Referência para pacientes com coronavírus no DF, a unidade tem seguido uma série de protocolos para garantir a segurança tanto de servidores quanto de pacientes. E é sobre essas medidas que os médicos Dr. Ricardo de Souza Monteiro e Dr. Paulo Feitosa falarão na TV SindMédico da próxima terça-feira (2/6), às 19h45. O Dr. Ricardo de Souza Monteiro faz parte do comando do Gabinete de Crise no Combate ao Covid-19 no Hran e o Dr. Paulo Feitosa, que é pneumologista, trabalha na linha de frente do combate à pandemia no hospital.
Hoje, cinco andares do hospital são destinados exclusivamente ao atendimento de pessoas que positivaram o teste para o coronavírus. Além disso, a entrada da população à unidade foi alterada: agora, existem um posto de triagem no ambulatório e os pacientes que têm diferentes classificações do coronavírus (verde, amarelo, laranja e vermelho) seguem caminhos distintos dentro do Hran.
Fiscalização no Hran
Desde o início da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal, o SindMédico-DF vem cobrando ações energéticas no que diz respeito à fiscalização do uso de EPIs e, também, do estoque de insumos necessários para o combate à doença. Não é diferente com o Hran.
Em março deste ano, o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, foi até o Hran e averiguou, de perto, as condições de trabalho na unidade. À época, o local ainda estava passando por ajustes na estrutura física o atendimento aos pacientes com coronavírus.
“O Hran está preparado”
O SindMédico-DF conversou com o Dr. Ricardo de Souza Monteiro e ele adiantou alguns tópicos que serão tratados na entrevista da próxima terça-feira (2/6), na TV SindMédico. Leia abaixo!
SindMédico – Como ficou o atendimento no Hran após as mudanças para o atendimento aos pacientes com coronavírus?
Dr. Ricardo de Souza Monteiro – Hoje, toda a estrutura do local é voltada ao atendimento de infectados pela doença. Transferimos todas as especialidades que não são afins e atendimentos para outros serviços. E estamos nos dedicando basicamente no combate ao coronavírus. Em termos estruturais, a principal ação foi relacionada à entrada dos pacientes nos serviços: era, inicialmente, pelo pronto-socorro. Agora, essa entrada está ocorrendo em um posto de triagem. Qual nossa ideia com isso? É fazer com que pacientes de diferentes classificações, verde, amarelo, laranja e vermelho, sigam caminhos distintos nos corredores do hospital. Ou seja, os pacientes que são negativos ou com suspeita de coronavírus não cruzam com aqueles que testaram positivo. Isso foi uma das pautas no gabinete de crise, porque era uma queixa muito frequente da população.
SindMédico – O Sr. tem alguma recomendação para os pacientes no que diz respeito à busca por tratamento caso suspeitem que estejam com coronavírus?
Dr. Ricardo de Souza Monteiro – Sim. Que buscam atendimento médico nos primeiros sintomas de coronavírus. Isso porque temos observado que a população, de maneira geral, deixa para ir ao hospital quando já está com falta de ar, nas classificações laranja e vermelha, quando temos de usar respiradores. Se houver essa consciência de que é seguro ir ao hospital no início da doença, as possibilidades de curam aumentam. E é importante que todos saibam que o Hran, referência no tratamento de coronavírus, é um local seguro. Fizemos todas as mudanças necessárias e seguimos todos os protocolos, do Ministério da Saúde, do Albert Einstein, para que o vírus não se espalhe dentro do hospital.
SindMédico – Podemos dizer que, de fato, o Hran está preparado para receber pacientes com coronavírus?
Dr. Ricardo de Souza Monteiro – Como disse, criamos vários protocolos para o uso de EPIs para as equipes, bem como protocolos de fluxo de cadáveres, que é uma coisa que impacta muito na comunidade. Temos, hoje, câmeras frias com capacidade estendida para até 100 corpos por dia e isso é uma inovação. Nenhum hospital de Brasília tem essa capacidade e, por ser um hospital de referência, muito provavelmente a gente precisaria dessa capacidade estendida.
Montamos também protocolos farmacológicos, pautados também no Ministério da Saúde. Protocolos que são revisados e pautados em uma equipe técnica. Temos ainda uma equipe de gerenciamento de crise: com comando, comunicação, logística, planejamento, estatística e operações. E, abaixo dessa árvore inicial, temos uma série de setores que têm como missão principal a identificação de problemas com o máximo de velocidade possível. Então, não seria exagero nosso dizer que o Hran está preparado e, também, é hoje o melhor de Brasília em atendimentos dentro dessa classificação verde, amarelo, laranja e vermelho.
Temos, ainda em andamento, algumas adaptações e obras sendo feitas. Por esses e outros fatores, posso dizer que estamos, sim, preparados para atender a população de uma forma segura. Eles não precisam ter medo.