Brasília, 20 de setembro – Após 18 dias de greve, com mobilização intensa, manifestações e protestos, os médicos do serviço público do Distrito Federal decidiram suspender a paralisação, pelo prazo de uma semana, a contar da noite desta sexta-feira (20). Os médicos voltam ao serviço, mas mantêm ESTADO DE GREVE.
A decisão foi tomada durante assembleia realizada na sede do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, após reunião com a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a qual afirmou que, suspensa a greve, em uma semana o governo apresentará resposta às reivindicações da categorias.
Estado de greve por uma semana
Tendo em vista a proposição de prazo de uma semana para a apresentação de contraproposta pelo GDF à pauta salarial e tendo a garantia da secretária de Saúde de negociação das demais reivindicações da categoria, a assembleia decidiu dar o prazo definido por Lucilene Florêncio.
“Essa é mais uma demonstração de que a classe médica está aberta ao diálogo e à negociação com o governo. Na próxima sexta-feira, dia 27, os médicos voltam a se reunir em assembleia, ou antes disso, caso o governo apresente a contraproposta à reivindicação salarial. É um voto de confiança. Caso o GDF não nos apresente nada, a disposição dos médicos reunidos em assembleia foi de retomar e ampliar a paralisação”, informa o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.
Histórico da greve dos médicos
O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) tenta, desde 2019, entabular diálogo com o Governo do Distrito Federal por melhorias no serviço público de saúde, adequação das condições de trabalho, mais contratações de médicos por concurso público para reforçar as equipes de saúde que atendem a população. A sequência de tentativas foram frustradas até que, sem outra alternativa, houve a decisão pela greve, que começou no dia 3 de setembro.
No início do movimento grevista, dia 3, o secretário de Economia finalmente recebeu o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, e outros representantes do movimento. Nessa reunião foi apresentada uma proposta de recomposição salarial com proposta de equiparação dos salários do serviço público aos valores pagos pela iniciativa privada.
Desde então, foi feita uma série de articulações com deputados distritais e integrantes da bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional, com vistas ao estabelecimento de um canal de diálogo com o GDF, sem resposta.
Na quinta-feira (19), uma nova proposta salarial foi entregue à Secretaria de Economia e à Secretaria de Saúde, com reivindicação de recomposição das perdas inflacionárias desde setembro de 2014. Após isso, na manhã desta sexta-feira, foi realizada nova reunião com a secretária Lucilene Florêncio, na qual foram discutidas as reivindicações não salariais. A secretária informou que o GDF tem a política de não negociar com servidores em greve e que haveria a apresentação de uma contraproposta caso o movimento de paralisação fosse suspenso.