Discurso de ódio do governador se deve à elevada rejeição popular de seu governo e contém uma série de inverdades
Desde o princípio do atual governo a estratégia tem sido a de transferir a responsabilidade dos problemas para a gestão anterior e para os servidores públicos, escolhidos pelo governador, desde os primeiros dias, como inimigos. As recentes declarações dele, que circulam em vídeo pelas redes sociais, cheias de ódio e inverdades, são apenas a repetição de um comportamento recorrente.
Em relação ao desempenho da função de representante classista, cabe ressaltar que o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal tem seus dirigentes enquadrados no que é previsto pelo Decreto 33.652/2012, que define na alínea b de seu artigo 5º, a liberação de “um dirigente para cada grupo de dois mil servidores filiados, além dos dirigentes previstos na alínea a, até o limite de dez dirigentes “. O exercício da atividade sindical é legítimo e justo, e por ser feito incansavelmente e com trabalho árduo e diário é que talvez esteja deixando o governador nervoso e descontrolado, ao ver seu desgoverno ser escancarado para a opinião pública.
Sindicatos existem para defender os direitos dos trabalhadores e as condições de trabalho deles. Melhorar as condições de trabalho dos médicos e demais servidores da saúde implica, também, em melhorar as condições de atendimento à população. E temos trabalhado para isso.
Temos sido uma pedra no sapato do governador, porque temos cobrado dia após dia a resolução dos problemas. Fizemos isso no governo anterior e no que veio antes dele. Vamos denunciar e reclamar enquanto houver motivo para isso. Mesmo que governadores e secretários tenham ataques de raiva por causa disso.
Ele, com certeza, está muito aborrecido por termos feito um levantamento dos problemas na saúde de Ceilândia no mês de maio. Também está muito aborrecido porque somos contra a privatização, venda ou terceirização do Hospital de Base. É uma atitude antidemocrática e autoritária tentar calar a representação legitimamente eleita pelos trabalhadores.
Temos resistido ao desmonte da saúde pública, que é mais acelerado neste governo do que em qualquer outro: diminuição de investimentos, falta de materiais e medicamentos, fechamento e suspensão de serviços e um aumento da mortalidade nos hospitais, como nunca se viu na história de Brasília. Gostaríamos de ver o governador indignado com isso e tomando alguma atitude para resolver em vez de mostrar destempero contra quem lhe cobra atitude.
Sindicatos não participam da elaboração de orçamentos, não realizam compras, não definem políticas de saúde. No máximo, apresentam sugestões e apontam erros. Fizemos isso até onde foi possível, mas o governador e seu secretário de Saúde há muito tempo pararam de nos ouvir, se algum dia o fizeram.
O governador Rollemberg está em campanha para reverter a péssima reputação que construiu em dois anos e meio de governo, e agora elegeu os médicos, justo os médicos, os inimigos da saúde. Tentar jogar a população contra os servidores públicos só revela a face que Rodrigo Rollemberg escondeu na última eleição. Não estamos surpresos, tampouco intimidados pelo destempero demonstrado. Acreditamos que Brasília merece muito mais do que isso de um governador.