Segundo dia de greve dos médicos: mobilização cresce

Segundo dia da greve dos médicos: mobilização cresce

Brasília, 4 de setembro – No segundo dia da greve dos médicos, nesta quarta-feira (4), o movimento ganhou força e apoio significativo. A paralisação, que teve início ontem (3), continua e a mobilização cresce nos hospitais e demais unidades de saúde, com adesão em todo o Distrito Federal.

Os médicos reivindicam, principalmente, a revisão salarial, a contratação de mais profissionais para suprir a carência nas unidades, e melhores condições de atendimento aos pacientes. “Não estamos lutando apenas por nós, mas por um sistema de saúde mais justo e eficiente para todos”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Dr. Gutemberg Fialho.

Calendário de Mobilização

No segundo dia de paralisação, o local de encontro pela manhã foi o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Lá, houve reunião, por volta das 10h, com representantes do sindicato, comitê de greve e médicos da rede pública. Após, foi organizada uma oficina de cartazes e, no fim da tarde, houve panfletagem na Rodoviária do Plano Piloto. Todas as manifestações foram pacíficas.

As rondas realizadas por integrantes do comando de greve nas unidades das sete regiões de saúde do DF mostraram grande adesão nas unidades básicas de saúde, centros de atenção psicossocial e unidades de serviços ambulatoriais dos hospitais regionais.

“Ao falar com as pessoas, pacientes do SUS, estamos tendo bastante apoio. O que nos dá ainda mais forças para lutar pela saúde pública do DF”, conta o presidente do SindMédico-DF. Segundo ele, “neste momento, precisamos de união. Apoiar os médicos é apoiar a saúde de todos nós. Precisamos de um sistema que funcione, e isso só será possível com profissionais valorizados e condições de trabalho adequadas.”

Mesmo com a greve, serviços de urgência e emergência (UPAs, pronto-socorros, UTIs, SAMU) continuam funcionando para garantir atendimento aos casos mais graves. “Se o cidadão chegar a esses locais, neste período de greve, e não encontrar médicos é importante saber que isso nada tem a ver com a nossa paralisação. Se estiver faltando médicos nesses locais, a culpa é do governo, que não contrata e não valoriza os profissionais”, explica Dr. Gutemberg.

A expectativa do SindMédico-DF, organizador do movimento, é que a greve continue ganhando força nos próximos dias, até que as negociações avancem e soluções concretas sejam apresentadas.

Nesta quinta-feira, 05, os médicos farão concentração em frente ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), a partir das 8h. Na sexta-feira os participantes do movimento se reunirão em frente ao Hospital Regional de Taguatinga.

Também na sexta-feira, os médicos se reunirão em assembleia na sede do Sindicato para avaliação e definição de ações no decorrer do movimento reivindicatório.

Primeiro dia: adesão maciça e reuniões com representantes do GDF

Após o início da greve na terça-feira (4), Dr. Gutemberg Fialho, o vice-presidente do sindicato, Carlos Fernando, e integrantes do comando de greve foram recebidos pelo secretário de Economia, Ney Ferraz.  As reivindicações e a proposta de reajuste foram entregues. “Foi o início de um diálogo que há muito tempo o Sindicato vem tentando iniciar”, aponta Dr. Gutemberg.

No final da tarde, os representantes dos médicos também se reuniram com a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e com o subsecretário de Gestão de Pessoas da SES-DF, João Eudes. A secretária informou que a proposta será discutida com a Pasta da Economia e com a área política do governo, após o estudo do impacto orçamentário. Após isso, nova reunião será realizada entre os representantes da categoria e do governo.