Sindicato Itinerante: HRT precisa de recursos humanos

Déficit de profissionais é o principal problema do hospital hoje 


Mais cartilhas jurídicas do SindMédico-DF foram entregues, na tarde desta segunda-feira (10), no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) durante o Sindicato Itinerante. O presidente da instituição, Dr. Gutemberg, e o vice, Carlos Fernando, foram até a unidade para verificar, in loco, as condições de trabalho dos médicos e demais profissionais de saúde. A principal reclamação que ouviram de todos é: sobram pacientes e faltam servidores, em especial enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Hoje, o HRT possui mais de 400 médicos de várias especialidades. No entanto, são apenas 207 enfermeiros. “A reclamação aqui é a mesma que ouvimos em vários outros hospitais e há anos: déficit de profissionais. E por quê? As aposentadorias ocorrem e não há reposição. Ponto um. Em segundo lugar, devido às péssimas condições de trabalho. O profissional não aguenta e pede para sair”, afirmou Dr. Gutemberg.

No hospital, são visíveis as melhorias em termos de estrutura. Há meses, macas e bancos com pacientes se espalhavam por toda a unidade. Hoje, não mais. Ainda assim, o local, que completou 45 anos em fevereiro, possui evidentes marcas dos anos de abandono e falta de investimentos: paredes sujas e infiltrações são alguns exemplos disso. “É um hospital muito antigo, que atende a uma população de aproximadamente 1 milhão de pessoas. Por isso mesmo, deveria receber mais investimentos, tanto no que diz respeito à servidores quanto à infraestrutura”, observou Carlos Fernando.

Na sala vermelha da emergência, quem recebe os pacientes é o clínico geral, pois não há emergencista na área. Na pediatria, além do déficit de pediatras, outro problema, relataram os servidores, é a recorrente falta de antibióticos. Detalhe: apenas pacientes classificados como laranjas e vermelhos estão sendo atendidos devido à falta de estrutura/profissionais suficientes para atender toda a demanda.

“Quando melhora aqui, falta em outra unidade. Aí, ficamos em um ciclo, enxugando o gelo, porque as pessoas precisam de atendimento”, desabafou um servidor. “Acaba que, por exemplo, se em Samambaia fecha a porta, a gente tem que absorver isso. Aí, começa a transbordar pacientes e a nossa única opção é dosar isso. Fazer o possível dentro uma situação de caos”, disse outro profissional.

Na ginecologia, a situação não é diferente das outras áreas. Por plantão, são apenas dois médicos ginecologistas: o que é insuficiente para toda a procura. “Temos um déficit aqui, hoje, de 240 horas. Precisamos de 12 ginecos”, contou uma servidora. Na neonatologia, o mesmo cenário. “Apenas pela manhã, fizemos sete partos normais. E a escala de médicos é muito defasada para a demanda que temos. Por mês, fazemos 300 partos. Precisamos, urgentemente, de mais médicos na neonatologia”, relatou outra servidora.

Durante toda a visita, o diretor administrativo do hospital, Sávio Agresta, acompanhou Dr. Gutemberg e Carlos Fernando. Ao final da vistoria, a superintendente da região Sudoeste, Lucilene Florêncio, recebeu os dois representantes do SindMédico-DF em sua sala. Ambos se comprometeram a continuar lutando por melhorias no hospital e cobrando da Secretaria de Saúde (SES-DF) mais investimentos na unidade.

O SindMédico-DF, ao final de cada visita, envia aos órgãos competentes um relatório apontando os principais problemas dos hospitais públicos do DF. 

Cartilha Jurídica

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