SindMédico-DF pede ao CRM-DF interdição ética no HRG

Pedido de interdição ética foi aprovado em reunião realizada na noite da segunda-feira, 19; ou a SES-DF resolve os problemas ou o PS adulto do hospital pode ficar sem médicos clínicos e emergencistas

Insuficiência de médicos e de equipamentos, risco à segurança dos pacientes e falta de insumos e medicamentos, além de uma estrutura degradada pela falta de reformas. Esse é o quadro que levou médicos que atuam na clínica médica do pronto-socorro do Hospital Regional do Gama (HRG) a aprovar o pedido de interdição ética ao Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF). O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) esteve na unidade, na manhã do dia 4 ade agosto e confirmou os problemas.

Em denúncia enviada ao SindMédico-DF, médicos clínicos e emergencistas relataram que a equipe conta com apenas 24 médicos. Plantões contam com um ou dois médicos e pacientes internados na emergência (o que não deveria ocorrer) passam até três dias sem serem vistos pelos médicos. Em decorrência disso, da falta de medicamentos, insumos e insuficiência de equipamentos, óbitos evitáveis estão ocorrendo. Em vistoria, na última quarta-feira, 4, o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg Fialho, esteve no HRG e teve a confirmação dos fatos relatados.

Interdição ética já era prevista em 2020

“Apesar dos reiterados pedidos de providência, a Secretaria de Saúde continua inerte frente à situação caótica ho HRG”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Dr. Gutemberg Fialho. Ele vai encaminhar hoje o pedido de vistoria e de interdição ética pelo CRM-DF.

Presentes à reunião, a presidente e o vice-presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF, Alexandra Moreschi e Fabrício Fonseca relataram que, em 2020, encaminharam relatório de vistoria feita por uma força tarefa comandada pela Comissão, no qual relatavam os problemas e recomendavam medidas para o evitar o atual quadro, que já era previsível.

O superintende da Região Sul de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do DF, Lucemir Henrique Pessoa Maia, relatou que, além dos ofícios feitos pela equipe médica, também foram encaminhados à SES-DF ofícios e requerimentos do diretor do Hospital, Renato Lima, sem respostas que acenassem a tomada de providências. O diretor do hospital pediu exoneração – desde 2019, a unidade de saúde já eve nove diretores.

“Diante desse quadro, da ausência de representantes da Secretaria na reunião com os médicos no sindicato e da inércia que continua, não resta ação que não o pedido de interdição ética que a denúncia aos órgãos de controle para adoção de medidas para responsabilizar os gestores pela omissão, que tem provocado óbitos evitáveis no HRG”, destaca o presidente do SindMédico-DF.

A reunião foi transmitida pelo canal do SindMédico-DF no YouTube: