SUS-DF: Em menos de um mês, 51 médicos pediram demissão

SUS-DF: em menos de um mês, 51 médicos pediram demissão

Foi com tristeza que o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Dr. Gutemberg Fialho, viu publicada a exoneração da médica pediatra Juliana de Oliveira, na edição do Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta-feira, às vésperas do Natal. A Dra. Juliana é uma entre muitos que pediram demissão em 2023.

Mais do que lamentar a perda de mais uma pediatra pelo serviço público de saúde de Brasília, o presidente do SindMédico-DF se preocupou por ser a 51ª demissão a pedido publicada somente no mês de dezembro.

“A Dra. Juliana ingressou na Secretaria de Saúde em 2018. Torço para que ela encontre uma condição melhor de trabalho, mas lamento ver esse verdadeiro êxodo de médicos. Até pouco tempo atrás, um médico com cinco anos na SES nem cogitaria em deixar o serviço público”, lamenta Dr. Gutemberg.

Pediram demissão com mais de 10 anos no SUS

As exonerações foram feitas a pedido dos médicos e foram publicadas nas edições dos dias 13, 14, 18, 19, 20, 21 e 22 de dezembro. A maioria dos demissionários foram médicos recém-contratados, mas vários deles ingressaram nas unidades públicas de saúde do Distrito Federal há mais de 10 anos.

Ele frisa que a questão não é pontual nem pode ser desprezada pelo GDF. “Não estamos falando só de jovens médicos que se assustam com as condições de trabalho no SUS ou que têm expectativa de melhores salários na iniciativa privada. Estamos vendo colegas com mais de 10 anos no serviço público desistirem da carreira”, aponta.

O presidente do SindMédico-DF enfatiza que é necessário rever a política de gestão de pessoas do GDF em relação ao pessoal da Saúde. Na atual situação, para recompor a força de trabalho médico é indispensável rever o plano de carreira, cargos e salários da categoria. “Assim, os aprovados em futuros concursos teriam um maior incentivo para permanecer e, com mais profissionais em serviço, a sobrecarga de trabalho diminuiria e a assistência aos pacientes melhoraria. Haveria menos motivos para o êxodo de médicos do serviço público de saúde do DF, menos filas e menos sofrimento entre os pacientes”, afirma Dr. Gutemberg.

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