Um dia inteiro de protesto contra Barros

Na rua, no Congresso Nacional e cara a cara, movimento médico registrou a reprovação à atuação do ministro da Saúde

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) participou e mobilizou médicos, residentes e estudantes de medicina para o evento local do protesto nacional contra o ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta quinta-feira (3). As atividades do dia tiveram início em Brasília, por volta das 9h, com ato público em frente ao Ministério da Saúde, só terminou depois das 18h. Nas demais unidades da Federação houve protestos em frente ás sedes dos Conselhos Regionais de Medicina.
O movimento batizado “Fora, Barros!”, contou também com representantes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), da recém-criada Confederação Nacional dos Médicos (CNM), do Conselho Regional de Medicina no Distrito Federal, da, a Associação Nacional do Médicos Residentes (ANMR), da Associação dos Estudantes de Medicina do Distrito Federal (AEMED-DF) e centros acadêmicos de faculdades de medicina do DF e do Movimento Aliança Médica, que iniciou a mobilização nacional pelas redes sociais.
Após o ato em frente ao ministério, no qual o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, destacou a necessidade de respeito aos servidores da Saúde, que “carregam o SUS nas costas”, os médicos caminharam até à Câmara dos Deputados, para participar de ato, no auditório Nereu Ramos, presidida pelo deputado Izalci Lucas.
Na Câmara, Dr. Gutemberg destacou a necessidade de protagonismo político do médico. “Precisamos de uma coisa chamada afirmação política. A administração da saúde, como um todo, precisa de gestão, financiamento e valorização do servidor. A política do atual ministro da Saúde é jogar a responsabilidade no colo do médico e dos servidores. Precisamos de afirmação política. Precisamos aumentar a representação médica no governo e incentivar os novos estudantes, que têm o papel de perpetuar nossa luta”, apontou.
O vice-presidente do Sindicato, Carlos Fernando, também falou aos representantes dos médicos e fez um apelo para que a classe se conscientize da importância de fortalecer a luta pela Saúde no Congresso e na Câmara Legislativa do DF. “A gente precisa arrumar o DF. Nós já tivemos a melhor saúde pública do país. Hoje, temos a pior”, salientou.
Os deputados federais Luiz Henrique Mandetta, Lelo Coimbra e Darcísio Perondi – todos médicos – também participaram do debate, que se estendeu até às 14h, pouco antes de uma reunião com o ministro Ricardo Barros.
O recado foi entregue em mãos
No encontro com o ministro, que chegou atrasado e estava com pressa demais para ouvir todas as demandas dos médicos, a médica Adriana Souza, uma das representantes da Aliança Médica, foi enfática e afirmou que, por parte da categoria, não há mais remendos: é necessário que ministro se despeça da pasta de Saúde.
O ministro, por sua vez, tentou se retratar e alegou que a frase “médico tem que parar de fingir que trabalha” foi veiculada pela imprensa de forma descontextualizada. Em relação a outras demandas, Barros foi rápido e respondeu de forma evasiva, sem esclarecer, de forma objetiva, como o Ministério tentará resgatar o SUS, a qualidade da medicina e a valorização do servidor.
No encontro, o presidente da Fenam, Jorge Darze, entregou ao ministro Barros uma lista pontuando as principais reivindicações dos médicos e outros servidores da Saúde. Veja abaixo:

a.         Carreira médica de Estado, com piso salarial FENAM complementado pelo governo federal para atenção básica e urgência e emergência;

b.         Programa de aceleração de crescimento para a saúde com intuito de recuperar a infraestrutura das unidades de saúde básica, das Unidades de Pronto Atendimento – UPAs, das Unidades de Terapia Intensiva – UTIs e hospitais de referência e emergência com equipamentos, ampliação de leitos e concurso para contratação de recurso humano;

c.         Comissão de Direitos Humanos na saúde formada por entidades médicas, governo e Ordem dos Advogados do Brasil – OAB para proteção aos pacientes para que não venham a óbito enquanto aguardam realização de exames, medicamentos, internações ou cirurgias;

d.         Revisão dos valores da tabela do SUS para internações e procedimentos defasados indispensáveis à população;

e.         Comissões para acompanhamento e busca de soluções para áreas críticas de atendimento, como pediatria, oncologia, obstetrícia e psiquiatria, esta profundamente afetada pela explosão no uso de drogas;

f.          Exigência de revalidação de diploma para médicos formados no exterior para participarem do programa Mais Médicos;

g.         Não às terceirizações, pois não cria vínculos do profissional com a comunidade e tão pouco permite aos profissionais a defesa das boas condições de trabalhos e prestações de serviço, pelo risco de perseguição ou demissão do médico;

h.         Todo apoio à residência médica com qualidade e equiparação da bolsa dos médicos residentes ao programa Mais Médicos;

i.          Paridade entre médicos aposentados e ativos;

j.          Não à proliferação das escolas médicas e o controle de qualidade das já existentes. 

1.         Por todo o exposto e diante desses pontos, a Federação Nacional dos Médicos, movida por suas finalidades estatutárias, vem requerer a Vossa Excelência que se digne a: 

2.         Estabelecer grupo de trabalho para discussão e implementação dessas providências.

Na rua, no Congresso Nacional e cara a cara, movimento médico registrou a reprovação à atuação do ministro da Saúde

2017 Movimento Fora, Barros!

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