Na corrida pela imunização contra o coronavírus, quatro vacinas estão em teste no Brasil, entre mais de 120 propostas por cientistas no mundo inteiro. São elas: a Coronavac (China), a vacina de Oxford (Reino Unido), a vacina da Pfizer/BioNTech (Estados Unidos/Alemanha) e a Sinopharm (China).
Nesta quinta-feira, (6), foi assinada medida provisória liberando aproximadamente R$ 2 bilhões para a produção da vacina que está sendo desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido. A previsão para início da produção da vacina no Brasil é a partir de dezembro deste ano.
Importante salientar que a vacina de Oxford, como é popularmente chamada, é a que está em estágio mais avançado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Na prática, Oxford se mostrou nos estudos em seres humanos muito bem e a chinesa tem um trabalho gigantesco falando que ela gerou anticorpos em 95% das pessoas que tomaram. Aí a gente vai para outro detalhe: gerar anticorpos é suficiente para te proteger? A princípio é”, explicou, na TV SindMédico do dia 28 de julho, o médico infectologista Werciley Saraiva Vieira Júnior.
Acordo de tecnologia para produção da vacina no Brasil
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório AstraZeneca assinaram um acordo sobre a transferência de tecnologia e produção da vacina contra a Covid-19 no Brasil caso seja comprovada a segurança e eficácia da fórmula. Agora, o próximo passo, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, é a assinatura de um acordo de encomenda tecnológica, que garante o acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021.
UnB participa de testes de vacina
A Universidade de Brasília (UnB) e o Hospital Universitário de Brasília (HUB) estão conduzindo testes para avaliar a eficácia da vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. Os testes com profissionais de saúde do Distrito Federal tiveram início nesta quarta-feira (6): a vacina que eles receberão é inativada e será aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias.
De acordo com a UnB e o HUB, os resultados apresentados na Fase 2 de desenvolvimento “foram considerados promissores e demonstraram a produção de anticorpos neutralizantes em 90% dos participantes que receberam a imunização”.
“Se a gente pensar na vacina que está aqui com a UnB, pegaram as melhores pessoas para falar. Eles participaram da vacina da dengue, da Fiocruz, e com isso já tinham um ‘know-how’ para falar dessa vacina”, elogiou, na TV SindMédico, o infectologista Werciley Saraiva Vieira Júnior, apostando que é possível, sim, uma vacina 100% brasileira.
Quer saber mais sobre como funciona a produção de uma vacina? Confira sindmedico.com.br/coronavirus .