XIV ENEM: busca de consensos e estabelecimento de metas

XIV ENEM: busca de concensos e estabelecimento de metas

Realizado nos dias 29 e 30 de junho em Brasília (DF), o Encontro Nacional das Entidades Médicas (ENEM) voltou a ser realizado com a participação de lideranças de delegados dos sindicatos, associações médicas, conselhos de medicina e dos médicos residentes. Na sua XIV edição, o ENEM teve  a Associação Médica de Brasília como palco de discussões em busca de consensos e estabelecimento de metas.

Quatro eixos temáticos nortearam as importantes discussões nos dois dias do evento: formação médica, mercado de trabalho, sistema de saúde público e saúde suplementar.

“Como podemos equacionar os recursos disponíveis para que a população não seja penalizada e nem se jogue sobre os ombros dos médicos e das equipes de saúde a responsabilidade pelas longas filas nos postos de saúde e nas emergências? No campo da formação médica, é assombrosa a voracidade de alguns setores em busca de autorização para abertura de novos cursos de medicina no País. O CFM defende a exigência de parâmetros de qualidade nesse processo”, discursou o presidente do Conselho Federal de Medicina, Hiran Gallo, na abertura do evento.

Busca de consensos

Convidada a participar da abertura do encontro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou a importância de buscar consensos, “apesar das divergências de compreensão sobre pontos como o programa Mais Médicos”, ela afirmou que o Ministério da Saúde trabalhará pela valorização das residências médicas, da profissão médica na defesa do exercício com dignidade e qualidade no atendimento à população na atenção primária e especializada.

 O ENEM teve cerca de 400 participantes. Dentre eles, 330 delegados indicatos pelas entidades médicas ouviram palestras, fizeram e discutiram e votaram em propostas, as quais estão sendo sintetizadas pela equipe técnica do CFM e serão divulgadas entre a classe médica e enviadas às autoridades dos poderes Executivo e Legislativo. Caberá às entidades médicas atuarem junto aos poderes públicos nas três esferas pela  implementação das propostas aprovadas pela categoria.

“Foram dois dias muito produtivos. É um documento em quase toda a sua totalidade elaborado consensualmente que expressa a boa medicina e alerta sobretudo os governantes e os gestores de saúde para as necessidades e mazelas que envolvem o sistema de saúde pública e privada”, avaliou o presidente da Associação Médica Brasileira, César Fernandes.

Consensos foram estabelecidos em torno de temas caros aos médicos, como a defesa da revalidação dos diplomas de cursos de medicina obtidos em instituições de ensino no exterior, a luta pela criação da carreira médica de Estado, a valorização e ampliação de vagas os programas de residência médica e a defesa do ato médico. Propostas como a recertificação de título em especialidades médicas foram rechaçadas pela imensa maioria dos delegados. O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho destacou: “esse talvez tenha sido o momento mais importante dos últimos três anos para a classe médica, com debate de temas caros, como a defesa do ato médico e da autonomia médica e contra a precarização da saúde e da medicina”. Dr. Gutemberg enfatiza que o estabelecimento das posições da categoria, a atuação conjunta das entidades representativas da classe médica e a união dos médicos em torno das prioridades definidas é essencial para o futuro da atividade médica no país.

Veja fotos no Flickr do CFM.

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